Fábio dos Santos Pita Júnior, de 26 anos, que era conhecido como Pedro Dominador, gostava de mostrar sua rotina nas redes sociais. Acompanhante sexual é suspeito de extorquir R$ 73 mil de um homem.
Apontado pela polícia como o chefe de uma quadrilha de garotos de programa que extorquia dinheiro de clientes após encontros sexuais, Fábio dos Santos Pita Júnior, de 26 anos, que era conhecido como Pedro Dominador, gostava de ostentar uma vida de luxo nas redes sociais.
Ele se exibe em hotéis de luxo, restaurantes caros e carrões importados. Na legenda de algumas fotos, Pedro se apresenta como empresário.
Em setembro do ano passado, Pedro aparece dirigindo uma BMW X1, SUV compacta de luxo, avaliada em R$ 400 mil.
Ele ainda se exibe em um outro post na espreguiçadeira de um hotel, na Zona Portuária do Rio, cuja legenda é: “Prosperidade”.
Em outra publicação, ele aparece na sacada de um hotel da Barra da Tijuca, na Zona Oeste, cuja diária chega a custar R$ 800. Uma das garrafas de vinho que ele consome custa cerca de R$ 300 cada. A presença em festas de luxo durante o carnaval também chama atenção nas redes sociais dele.
Chantagens e ostentação
Pedro foi preso nesta quinta-feira (6) durante uma operação da 21ª DP (Bonsucesso) para cumprir 5 mandados de prisão.
A polícia investiga como a quadrilha lavava o dinheiro que extorquia das vítimas e como o valor era usado. Os agentes acreditam que o bando gastava o dinheiro dos clientes com luxos.
Até agora, cinco homens – que encontraram com Pedro – relataram que tiveram que pagá-lo para não ser expostos. Apenas uma vítima desembolsou mais de R$ 71 mil entre fevereiro e abril deste ano.
“(Agora) Estamos investigando uma possível lavagem de dinheiro que eles obtinham”, disse o delegado Álvaro de Oliveira Gomes, titular da 21ª DP (Bonsucesso). De acordo com Gomes, as vítimas conheciam os garotos de programa através de um site especializado. Ainda segundo as investigações, após o sexo em motéis, eles ameaçavam vazar dados bancários, pessoais, fotos e vídeos.
Como o bando agiu com umas das vítimas, segundo MP
Segundo a denúncia do Ministério Público do Estado (MPRJ) à Justiça, Fábio foi contratado, através de um site de relacionamentos, para fazer um programa com a vítima. Dias após o encontro, ele entrou em contato com o homem e perguntou se ele poderia lhe emprestar dinheiro, pedido que foi ignorado.
Posteriormente, a vítima recebeu mensagens de um número de telefone desconhecido com imagens contendo dados pessoais, como seu endereço residencial e o nome da empresa de seu pai, bem como recebeu uma ligação, na qual foi acusada de pedofilia, além de ter sido ameaçado de ter sua sexualidade revelada aos seus pais, fato que era desconhecido por eles.
Ainda de acordo com a denúncia do MP, a vítima transferiu R$ 2 mil para a conta bancária de outro denunciado, João Fernandes Nunes. Porém, pouco depois, um novo número entrou em contato com ela, enviando um vídeo em que a fachada de sua casa foi filmada e novas ameaças de exposição de sua sexualidade foram feitas.
Assustada, a vítima realizou diversas outras transferências bancárias para as contas de Fábio, João e dos outros três denunciados, Cynara Ferreira da Silva, Ronaldo da Silva Gonçalves e Carlos Henrique da Silva Paixão, totalizando R$ 71.770 mil.
“A partir desse momento, mesmo bloqueando todos os números, outros surgiam e continuavam com os constrangimentos e ameaças, tendo a vítima, por temor, cedido e realizado diversas transferências, via PIX, para as contas indicadas, restando claro que todos os denunciados estavam em conluio, seja contatando e constrangendo a vítima, seja cedendo suas contas bancárias”, destaca um dos trechos da denúncia assinada pelo promotor Sauvei Lai.
O bando vai responder por extorsão e associação criminosa. O g1 ainda não conseguiu contato com a defesa dos presos.