O debate sobre reciclagem química vs. mecânica tem ganhado cada vez mais relevância em um cenário onde a sustentabilidade é prioridade. Segundo Elias Assum Sabbag Junior, expert em embalagens plásticas, compreender as diferenças entre essas duas técnicas é essencial para avaliar sua eficiência e impacto ambiental. Ambas possuem vantagens e limitações, mas o ponto central está em como cada uma contribui para a economia circular e para a redução de resíduos.
O que é reciclagem mecânica?
A reciclagem mecânica é o processo mais utilizado no Brasil e no mundo. Nessa modalidade, os resíduos plásticos passam por etapas de coleta, triagem, lavagem, trituração e reprocessamento, resultando em novos produtos. Esse método é amplamente aplicado em embalagens plásticas, garrafas PET, sacolas e diversos materiais de uso cotidiano.

De acordo com Elias Assum Sabbag Junior, sua grande vantagem está na praticidade e nos custos relativamente mais baixos, além da infraestrutura já consolidada para sua aplicação. No entanto, apresenta limitações. A cada ciclo, o plástico tende a perder qualidade e propriedades mecânicas, o que restringe o número de vezes em que pode ser reaproveitado.
O que é reciclagem química?
A reciclagem química, também chamada de reciclagem avançada, utiliza processos industriais para quebrar a estrutura molecular do plástico, transformando-o novamente em matéria-prima virgem. Técnicas como pirólise, gaseificação e despolimerização fazem parte desse processo. Essa tecnologia possibilita o reaproveitamento de plásticos de difícil reciclagem mecânica, como filmes multicamadas e resíduos contaminados.
Conforme explica Elias Assum Sabbag Junior, a reciclagem química é uma alternativa promissora para reduzir a dependência de recursos fósseis, já que gera insumos de alta qualidade para novas produções. O desafio, porém, está no custo elevado e na necessidade de investimentos em tecnologia e infraestrutura.
Quais são as vantagens da reciclagem mecânica?
Entre os principais benefícios da reciclagem mecânica estão:
- Menor custo operacional.
- Processo consolidado e amplamente disponível.
- Capacidade de atender grandes volumes de resíduos.
- Redução imediata da quantidade de lixo em aterros.
Elias Assum Sabbag Junior enfatiza que a reciclagem mecânica continua sendo a solução mais viável em muitos países, especialmente onde a infraestrutura para coleta seletiva está mais desenvolvida.
Reciclagem química vs. mecânica: qual é mais eficiente?
A eficiência depende de diversos fatores, como custos, infraestrutura disponível, volume de resíduos e objetivos ambientais. Enquanto a reciclagem mecânica é mais acessível e consolidada, a reciclagem química oferece maior qualidade no produto final e amplia o espectro de materiais recicláveis. O equilíbrio entre as duas modalidades pode ser a chave. Conforme ressalta Elias Assum Sabbag Junior, a integração entre processos químicos e mecânicos tem potencial para tornar o sistema de reciclagem mais sustentável, eficiente e capaz de atender às demandas crescentes do setor de embalagens plásticas.
O futuro aponta para um modelo híbrido, no qual os dois processos caminham lado a lado. A reciclagem mecânica continuará predominando a curto prazo, mas a reciclagem química tende a ganhar espaço com o avanço tecnológico e com políticas públicas voltadas à sustentabilidade. Empresas do setor já investem em pesquisa e desenvolvimento para tornar essas tecnologias mais acessíveis. A demanda crescente por embalagens sustentáveis e a pressão por redução da poluição plástica devem acelerar essa transição.
Por fim, a discussão sobre reciclagem química vs. mecânica não deve ser vista como uma competição, mas como estratégias complementares. A mecânica garante escala e baixo custo, enquanto a química assegura qualidade e inovação. Quando integradas, podem transformar a gestão de resíduos plásticos em um processo mais eficiente e sustentável. O papel de especialistas é fundamental para impulsionar a adoção dessas práticas e orientar empresas e consumidores sobre os caminhos mais responsáveis para o futuro.
Autor: Carye Adorellan