O setor de luxo já investiu mais de 360 milhões de dólares em tecnologia de inteligência artificial nos últimos três anos, Os sistemas de recomendação de cosméticos são a grande aposta da indústria.
A inteligência artificial tem tocado todos os setores empresariais e nem as marcas de luxo, que se distinguem por produtos altamente personalizados, têm ficado imunes à sua influêcia. De acordo com dados recolhidos pela GlobalData, o setor de luxo investiu 360 milhões de dólares em tecnologia de inteligência artificial nos últimos três anos – um aumento de 79% quando comparado com os três anos anteriores.
Os chamados provadores virtuais, que permitem um utilizador experimentar roupa através da câmara fotográfica do seu telemóvel, têm sido uma das apostas desta indústria. A ferramenta já alastrou a todo o setor da moda e a Cartier anunciou, recentemente, uma parceria com o Snapchat que permite aos utilizadores experimentarem virtualmente anéis, antes de fazerem uma compra online.
Uma das grandes inovações que está a marcar a indústria de luxo nos últimos tempos é a recomendação de cosméticos com recurso à inteligência artificial. Empresas como a Chanel e algumas subsidiárias da LVMH, dona de marcas como a Louis Vuitton e a Dior, estão a criar aplicações que analisam o tom e pigmentação da pele – através de imagens carregadas pelo utilizador no sistema – para dar as melhores recomendações de cosméticos.
Outra das apostas inovadoras é ainda a criação de ferramentas que medem o corpo do utilizador através de fotografias, de forma a determinar o seu tipo de estrutura física. “Estas inovações permitem às empresas aumentar o toque pessoal dos seus produtos”, como afirma Sourabh Nyalkalkar, da GlobalData.
Mas há empresas do ramo a dar passos ainda maiores. Mais do que aconselhar, a Estée Lauder decidiu investir no setor tecnológico, através da Kiki World, para dar a oportunidade aos seus utilizadores de serem co-criadores dos produtos da empresa. “Estes desenvolvimentos sublinham a importância da inteligência artificial e de outras tecnologias na transformação da indústria de luxo”, conclui Nyalkalkar.