Eduardo Felipe Campelo é de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, segundo a polícia. Defesa diz que ele viajou para Dubai a passeio e tem data para voltar ao Brasil, quando se apresentará à Justiça.
O influencer paranaense Eduardo Felipe Campelo, de 30 anos, está foragido em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e é procurado pela Interpol.
Com mais de 100 mil seguidores nas redes sociais, Campelo é suspeito de lesar vítimas por meio do “Jogo do Tigrinho”, um jogo de cassino online. Segundo a Polícia Civil (PC-PR), ele movimentou cerca de R$ 8,5 milhões com a plataforma.
Campelo é natural de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), segundo a polícia. Ele embarcou para Dubai no início de abril e nas redes sociais compartilha a rotina de ostentação.
As postagens mostram que o roteiro do paranaense na cidade incluiu visita ao maior prédio do mundo, o Burj Khalifa, passeios com carros de luxo alugados e pelo deserto, e até foto com dromedários.
Em um dos vídeos ele mostra o interior de um carro de luxo com maços de Dirham, moeda dos Emirados Árabes Unidos.
O influencer também realizou publicações dentro de luxuosos apartamentos e um vídeo passeando de jetcar, um carro a jato usado no mar e cujo aluguel para 30 minutos pode custar cerca de R$ 1.600.
Nas publicações mais recentes, o influenciador exibe carros modelo Lamborghini Urus, avaliado no Brasil por R$ 4,3 milhões.
Mesmo procurado pela polícia brasileira e internacional, Campelo continua divulgando os jogos de azar na redes sociais.
O advogado Jackson Balls, que defende Campelo, disse ele foi para Dubai a passeio e tem data para voltar para o Brasil, quando se apresentará à Justiça.
Integrantes do esquema foram presos
Na manhã de segunda-feira (13), a polícia prendeu os influenciadores Gabriel Barbosa Vieira e Guilherme de França Abreu, suspeitos de integrarem o esquema com Campelo.
A esposa de Gabriel também foi alvo de mandado de busca e apreensão por divulgar o esquema do jogo de azar.
Os três influenciadores são suspeitos de movimentar pelo menos R$ 12 milhões por meio da plataforma de jogos de azar. A polícia apura crimes de estelionato, organização criminosa, lavagem de dinheiro e crime contra economia popular.
De acordo com a corporação, para atrair mais jogadores, os suspeitos postam vídeos em que ganham uma aposta atrás da outra no jogo, mas, segundo a polícia, tudo não passa de encenação.
Investigados em outras operações
A primeira fase da operação contra os três influenciadores foi em novembro de 2023.
Na época, a polícia apurou que os suspeitos faziam rifas de carros e valores em dinheiro em perfis de redes sociais. Em troca de participação nos sorteios, as vítimas depositavam um valor em dinheiro, mas não recebiam os prêmios.
Na primeira etapa da operação, a polícia mostrou que os envolvidos exibiam uma vida de luxo nas redes sociais. Segundo a polícia, as gravações serviam como atrativo para que mais pessoas aderissem ao jogo.
O advogado que defende os influenciadores considerou os pedidos de prisão ilícitos.
Na primeira fase da operação, a polícia disse considerar Eduardo Campelo o mais influente divulgador do esquema. Na época, em uma rede social, ele tinha 500 mil seguidores, muitos, conforme a polícia, enganados com a promessa de ganhar dinheiro fácil.
Atualmente, um dos perfis ativos dele soma 118 mil seguidores.
No começo de dezembro de 2023, a polícia deflagrou a segunda fase da operação.
Apesar de terem sido liberados pela Justiça, houve determinação legal para que os suspeitos parassem de divulgar o jogo. Eles também foram proibidos de viajar sem autorização judicial. Contudo, conforme a polícia, as medidas foram descumpridas, o que desencadeou a operação de segunda.