O mercado de commodities é um dos pilares da economia global e representa o coração do agronegócio brasileiro. Segundo Aldo Vendramin, empresário e fundador, compreender a história das commodities é essencial para entender como o Brasil se consolidou como uma das maiores potências agrícolas do mundo. Por trás dos números e das exportações, há séculos de evolução tecnológica, geopolítica e econômica que transformaram o campo em motor de desenvolvimento.
Venha entender como surgirão e o que são as commodities, seu papel no mundo e o destaque do Brasil neste mercado.
O início das commodities no comércio mundial
O termo “commodity” se refere a produtos padronizados, de valor comercial global, que podem ser negociados em grandes volumes. Na antiguidade, grãos, metais e especiarias eram trocados entre civilizações, marcando o início das rotas comerciais internacionais. No século XIX, com o avanço do transporte marítimo e a criação das primeiras bolsas de mercadorias, como a Chicago Board of Trade (CBOT), em 1848, as commodities passaram a ser negociadas de forma estruturada, com contratos futuros e padronização de qualidade.

Conforme o senhor Aldo Vendramin, esse modelo trouxe previsibilidade e estabilidade para o comércio internacional. Ele permitiu que produtores e compradores pudessem se proteger contra oscilações de preços, estabelecendo as bases do mercado moderno.
O papel do Brasil na história das commodities
O Brasil entrou nesse cenário como um grande fornecedor de produtos agrícolas e minerais. Desde o ciclo do açúcar e do café, o país se destacou pela abundância de terras férteis e pela diversidade climática. No século XX, com a mecanização do campo e a expansão para o Cerrado, a produção ganhou escala industrial.
Hoje, o Brasil é líder global na exportação de soja, café, carne bovina, milho e açúcar. Em 2024, o agronegócio representou cerca de 25% do PIB nacional, consolidando-se como um dos principais motores da economia De acordo com Aldo Vendramin, essa posição foi alcançada graças ao investimento em tecnologia, pesquisa e infraestrutura, especialmente em áreas como biotecnologia, irrigação e logística.
O funcionamento do mercado atual de commodities
O mercado de commodities opera com base em oferta e demanda global, sendo fortemente influenciado por fatores climáticos, políticos e cambiais. As negociações acontecem nas bolsas de valores, como a B3 (Brasil), CME (Chicago) e ICE (Londres e Nova York), onde os contratos futuros determinam preços e volumes.
Esses contratos funcionam como uma forma de proteção financeira (hedge) para produtores e indústrias, evitando perdas em períodos de oscilação de preços. Por exemplo, um produtor de soja pode travar o valor de venda de sua safra meses antes da colheita, garantindo previsibilidade de receita.
O domínio dessas ferramentas é cada vez mais importante para o produtor rural brasileiro, ressalta o empresário Aldo Vendramin, pois a volatilidade dos preços exige gestão profissional e acompanhamento de mercado, transformando o produtor em um verdadeiro gestor de riscos.
Destaques do mercado de commodities em 2025
Atualmente, o destaque do mercado está nas commodities agrícolas e minerais. A soja segue como principal produto de exportação do Brasil, impulsionada pela demanda asiática. O milho e o açúcar também têm papel relevante, especialmente com o aumento da produção de biocombustíveis.
No segmento mineral, o ferro e o níquel mantêm o país entre os líderes mundiais. A sustentabilidade passou a ser um fator determinante, com investidores e importadores exigindo práticas de baixo impacto ambiental e rastreabilidade completa da cadeia produtiva.
Aldo Vendramin pontua que a modernização do agro brasileiro é um dos grandes diferenciais competitivos. A integração entre tecnologia e sustentabilidade tem permitido ganhos de produtividade sem expansão desordenada de áreas, reforçando o papel do Brasil como fornecedor estratégico de alimentos e energia limpa.
O futuro das commodities e os novos desafios
O futuro do mercado de commodities está intimamente ligado à inovação. A digitalização das cadeias produtivas, o uso de inteligência artificial para previsão de safra e o avanço dos bioprodutos estão transformando a forma como o setor opera. Um dos desafios é a transição energética, que pressiona as cadeias industriais a adotar fontes renováveis e a reduzir a pegada de carbono. No agronegócio, isso se reflete em políticas de agricultura de baixo carbono (ABC) e em incentivos para práticas regenerativas.
Como destaca o senhor Aldo Vendramin, o produtor moderno deve estar preparado para esse novo cenário. A capacidade de adaptar-se rapidamente às mudanças climáticas, regulatórias e tecnológicas será o grande diferencial competitivo das próximas décadas.
A história das commodities é, em essência, a história da própria evolução humana, da troca de bens básicos à sofisticação dos mercados globais. O Brasil ocupa hoje um lugar de destaque nesse processo, combinando tradição agrícola, tecnologia de ponta e responsabilidade ambiental. O conhecimento sobre commodities não é apenas uma questão econômica, mas estratégica. Entender como elas funcionam é compreender o presente e planejar o futuro do agronegócio, que continua sendo uma das forças mais poderosas de desenvolvimento e sustentabilidade do país, conclui o empresário.
Autor: Carye Adorellan