De acordo com Teciomar Abila, a promessa de mobilidade sem motorista, materializada nos carros autônomos, têm dominado o imaginário tecnológico global. No entanto, a questão fundamental para o consumidor e para a indústria nacional é: quando a realidade vai chegar às ruas brasileiras? O Brasil, com sua infraestrutura viária complexa e legislação em desenvolvimento, apresenta um cenário desafiador que exige mais do que apenas tecnologia de ponta. A jornada para a autonomia plena (Nível 5) envolve a convergência de fatores como o barateamento de sensores LiDAR, a expansão da conectividade 5G e, crucialmente, o desenvolvimento de vias inteligentes.
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O estágio atual da autonomia veicular no Brasil
A tecnologia de carros autônomos é classificada em seis níveis, de 0 (sem automação) a 5 (autonomia plena em qualquer condição). Atualmente, os consumidores brasileiros já têm acesso a veículos com sistemas de condução semiautônoma (Nível 2), que incluem assistentes de permanência em faixa e controle de cruzeiro adaptativo, provando que a realidade já se manifesta em sistemas de segurança avançados.

Conforme expõe Teciomar Abila, a massificação de carros com Nível 3 – onde o motorista pode tirar as mãos do volante sob certas condições, mas precisa estar pronto para reassumir o controle – é o próximo grande passo. No entanto, a complexidade do trânsito em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro impõe um desafio algorítmico muito maior do que o enfrentado em países com rodovias mais padronizadas, o que retarda a chegada às ruas brasileiras dos veículos de autonomia superior.
Tecnologia de sensores e o fator 5G
O funcionamento seguro dos carros autônomos depende de um ecossistema de sensores, radares, câmeras e, em especial, da tecnologia LiDAR (Light Detection And Ranging). O barateamento e a miniaturização desses componentes são vitais para a viabilidade comercial.
Como destaca Teciomar Abila, a outra peça do quebra-cabeça é a conectividade. O veículo autônomo de Nível 4 e 5 exige uma comunicação constante, de baixa latência e alta velocidade. A expansão da rede 5G é, portanto, um pré-requisito técnico para que a realidade da autonomia plena se concretize.
O imperativo das vias inteligentes e a legislação
A chegada às ruas brasileiras dos carros autônomos de Nível 4 e 5 não é apenas uma questão de engenharia veicular; é uma questão de infraestrutura. A dependência mútua entre veículos inteligentes e vias inteligentes (rodovias equipadas com sensores e capacidade de comunicação) é inegável.
Como aponta Teciomar Abila, é necessário que o poder público invista na modernização da malha viária e na criação de um arcabouço legal robusto que defina a responsabilidade civil em caso de acidentes e estabeleça as regras de operação desses veículos. A velocidade da regulamentação brasileira será um dos fatores determinantes que fará essa realidade se consolidar.
Oportunidades em frotas comerciais e transporte público
A autonomia plena pode chegar às ruas brasileiras inicialmente em frotas controladas, como o transporte de cargas em rodovias específicas ou em veículos de transporte por aplicativo, operando em áreas geográficas delimitadas (geofencing).
Segundo Teciomar Abila, o uso controlado e comercial dos carros autônomos permite que as empresas de tecnologia testem e validem seus sistemas em condições reais, com a vantagem de resolver problemas crônicos como a escassez de motoristas de caminhão e a otimização da logística urbana.
Carros autônomos: Um horizonte de transformação gradual
A realidade dos carros autônomos está se construindo de forma gradual e sistêmica no Brasil. A chegada às ruas brasileiras dos níveis mais altos de autonomia depende da sincronia entre inovação tecnológica (LiDAR e 5G), investimentos em infraestrutura inteligente e um marco legal adaptável.
O futuro da mobilidade no Brasil será mais seguro, fluido e eficiente, mas essa transformação será uma maratona, e não um sprint, exigindo a colaboração entre a indústria, o governo e a sociedade.
Autor: Carye Adorellan