As exigências ambientais no agronegócio cresceram significativamente nas últimas décadas, e segundo Aldo Vendramin, empresário e fundador, esse movimento não deve desacelerar. Em um mercado global altamente competitivo, certificações ambientais e sistemas de rastreabilidade deixaram de ser apenas diferenciais para se tornarem requisitos que definem acesso a mercados, preço de venda e reputação. Hoje, quem produz com responsabilidade tem vantagem estratégica, quem ignora esse movimento fica para trás.
Venha neste artigo conhecer algumas das mais importantes certificações e selos verdes que podem ser implementadas em seu negócio e qual sua relevância dentro do mercado.
O que são certificações ambientais e por que elas importam?
Certificações ambientais são selos concedidos a propriedades rurais, indústrias, cooperativas ou cadeias produtivas que comprovam a adoção de boas práticas ambientais, sociais e de gestão. Como alude o senhor Aldo Vendramin, esses selos analisam fatores que vão desde uso racional do solo e da água até bem-estar animal, emissão de carbono, preservação de áreas nativas, segurança alimentar e boas condições de trabalho.
Eles funcionam como um comprovante formal de que aquela produção segue padrões reconhecidos nacional e internacionalmente, o que gera segurança jurídica e comercial para compradores.

Principais certificações do agronegócio brasileiro
O Brasil possui uma vasta lista de certificações relevantes para diferentes segmentos do agro. Entre as mais reconhecidas estão:
- GlobalG.A.P: Certificação internacional voltada a frutas, hortaliças, flores e diversas culturas, analisando rastreabilidade, segurança alimentar, manejo ambiental e social.
- RTRS – Mesa Redonda da Soja Responsável: Direcionada à produção de soja com critérios rigorosos de proteção ambiental e respeito social.
- Orgânicos Brasil / USDA Organic / IBD: Certificações específicas para sistemas orgânicos, sem uso de agroquímicos sintéticos.
- Certificação de bem-estar animal: Sistemas auditados por instituições credenciadas, que avaliam manejo, alojamento, alimentação e transporte de animais.
- ISO 14001: Focada em gestão ambiental corporativa, muito utilizada por agroindústrias, cooperativas e empresas de processamento.
- Selo Verde e programas estaduais: Estados e municípios têm ampliado programas próprios para avaliar a sustentabilidade das cadeias produtivas.
Como destaca Aldo Vendramin, cada certificação possui uma finalidade e um grau de exigência, por isso, escolher a mais adequada depende do perfil da atividade e possibilidade do produtor.
Rastreabilidade: o novo idioma do mercado global
Rastreabilidade é a capacidade de acompanhar o produto dá origem ao destino final, registrando informações sobre:
- talhão;
- data de plantio;
- insumos utilizados;
- manejo realizado;
- armazenamento;
- transporte;
- boas práticas de produção.
Esse controle se tornou indispensável para exportar para mercados como União Europeia, Japão e parte dos Estados Unidos. A rastreabilidade aumenta a confiança do consumidor e permite identificar rapidamente problemas de contaminação, resíduos ou falhas de manejo.
Conforme explica o senhor Aldo Vendramin, sistemas digitais já permitem que compradores visualizem dados completos do lote, ampliando a transparência e fortalecendo a relação comercial.
Por que as certificações afetam diretamente o lucro do produtor?
Produtores certificados têm vantagens claras:
1. Melhor preço: Mercados premium pagam mais por produtos certificados, especialmente nos segmentos de frutas, carne bovina, grãos especiais e produtos orgânicos.
2. Acesso facilitado a novos mercados: Sem certificação e rastreabilidade, exportar para regiões exigentes torna-se praticamente impossível.
3. Redução de riscos: Auditorias periódicas ajudam a identificar falhas operacionais antes que se tornem prejuízos.
4. Reputação fortalecida: Consumidores valorizam marcas responsáveis, e o agronegócio não foge dessa regra.
5. Maior eficiência operacional: Certificações exigem organização de processos, documentação e monitoramento, elementos que naturalmente melhoram a gestão.
O empresário Aldo Vendramin informa que essa combinação torna as certificações uma ferramenta de crescimento, não apenas uma obrigação, uma possibilidade de investir em seu negócio e transformar ações em estratégias de se sobressair no negócio.
Certificações e sustentabilidade: uma relação inseparável
As certificações funcionam como ponte entre produtividade e sustentabilidade porque avaliam:
- conservação de solo e água;
- redução de emissões;
- preservação de áreas nativas;
- bons indicadores sociais;
- práticas de bem-estar animal;
- segurança no uso de defensivos.
Além disso, incentivam o uso de tecnologias mais eficientes, como sensores, monitoramento digital, irrigação inteligente e manejo integrado de pragas. O produtor certificado não apenas produz mais, produz melhor.
Desafios para obter certificações
Embora altamente vantajosas, certificações exigem dedicação:
- organização documental;
- transparência total nas operações;
- registro de cada etapa do processo produtivo;
- investimento inicial em infraestrutura;
- treinamentos frequentes.
No entanto, como menciona Aldo Vendramin, esses desafios são compensados pelo retorno comercial e pela valorização da propriedade. Muitas cooperativas oferecem suporte técnico, assim como programas estaduais e federais que incentivam práticas sustentáveis.
Certificações como caminho para o futuro e fortalecem a produção
A tendência global é clara: empresas, varejistas e consumidores querem produtos rastreáveis, sustentáveis e auditáveis. Essa exigência impacta desde o pequeno produtor até grandes grupos do agronegócio.
Nos próximos anos, é provável que certificações ambientais deixem de ser diferenciais e passem a ser requisitos mínimos para diversas cadeias produtivas. Produtores atentos a esse movimento garantirão posição privilegiada no mercado, e tal como considera Aldo Vendramin, certificações ambientais são mais que documentos: são instrumentos de transparência, qualidade e credibilidade. Elas conectam o produtor ao que há de mais moderno no agronegócio global e reforçam o compromisso com uma produção sustentável e responsável.
No futuro, permanecer competitivo significa estar certificado, organizado e alinhado às práticas que o mercado exige. É o selo que abre portas, protege a reputação e afirma que a fazenda está preparada para os desafios e oportunidades do mundo contemporâneo.
Autor: Carye Adorellan
