O Brasil precisa produzir inteligência artificial se quiser manter sua competitividade no cenário global e evitar uma dependência excessiva de tecnologias desenvolvidas em outros países. A inteligência artificial está no centro da nova revolução industrial, e os países que liderarem esse desenvolvimento terão vantagens estratégicas e econômicas significativas. No entanto, o Brasil ainda avança de forma tímida nesse campo, o que acende um alerta para o futuro tecnológico do país.
Produzir inteligência artificial no Brasil é uma necessidade urgente. O domínio de tecnologias próprias garante soberania digital, proteção de dados e independência de plataformas estrangeiras que muitas vezes operam com regras que não respeitam os interesses locais. Sem produção própria, o Brasil estará condenado a apenas consumir soluções de fora, pagando mais caro por serviços que não refletem a realidade brasileira e, muitas vezes, ignoram as particularidades culturais e sociais do país.
A criação de um ecossistema nacional de inteligência artificial é um passo essencial para o desenvolvimento sustentável. Isso inclui investimentos públicos e privados em pesquisa, formação de profissionais qualificados e incentivos para startups e universidades que trabalham com o tema. Sem uma base científica e tecnológica sólida, o Brasil continuará sendo um mero importador de inovações, enquanto outras nações expandem suas fronteiras tecnológicas e econômicas.
A produção de inteligência artificial também está diretamente ligada ao crescimento econômico. Com soluções desenvolvidas internamente, o Brasil pode criar empregos de alto valor agregado, melhorar a eficiência de setores como saúde, educação, segurança e agronegócio, além de atrair investimentos internacionais. Países que lideram a produção de inteligência artificial já colhem os frutos dessa transformação, e o Brasil não pode ficar para trás nesse processo.
Se o Brasil continuar apenas utilizando inteligência artificial desenvolvida por outros países, poderá comprometer sua segurança digital e ficar vulnerável a influências externas. As decisões algorítmicas que impactam milhões de pessoas devem ser baseadas em princípios éticos locais e desenvolvidas com transparência. Isso só será possível se o país for protagonista na produção de inteligência artificial e tiver autonomia para definir suas próprias diretrizes.
Além disso, a produção de inteligência artificial é fundamental para reduzir desigualdades sociais. Ferramentas desenvolvidas com base em dados brasileiros podem identificar com mais precisão os gargalos e as necessidades da população. O uso de inteligência artificial feita no Brasil poderá melhorar o acesso a serviços públicos e otimizar políticas sociais, beneficiando especialmente as camadas mais vulneráveis da sociedade.
Outro ponto essencial é a competitividade internacional. Produzir inteligência artificial no Brasil permitirá que empresas brasileiras disputem espaço nos mercados globais, oferecendo soluções mais adaptadas às realidades de países em desenvolvimento. Essa capacidade de exportar tecnologia agrega valor à economia nacional e fortalece a imagem do Brasil como um polo de inovação no cenário mundial.
Portanto, produzir inteligência artificial no Brasil não é mais uma opção, mas uma questão de sobrevivência tecnológica e econômica. A urgência desse investimento precisa ser compreendida por todos os setores da sociedade, desde o governo até a iniciativa privada. O futuro do país passa pela sua capacidade de criar tecnologia de ponta, e isso só será possível se a produção de inteligência artificial for colocada no centro da agenda nacional.
Autor: Carye Adorellan